LEI Nº 8.016, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2023

 

Dispõe sobre denominação de via pública que especifica.

 

Faço saber que a Câmara aprovou e eu, nos termos do parágrafo único do artigo 82 da Lei Orgânica do Município, promulgo a seguinte lei:

 

 

Art. 1º  Fica denominada Rua Paulina Olga Sandim, cujos dados biográficos acompanham a presente lei, a atual Rua 3 (três), que tem início na Rua 14 e término na Rua Jose Benedito Barbosa, no Bairro Loteamento Residencial Paradise I, Distrito de Brás Cubas, neste município, código de logradouro nº 022743-2.

 

Art. 2º  Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

 

 

GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES, 15 de dezembro de 2023, 463° da Fundação da Cidade de Mogi das Cruzes.

 

 

MARCOS PAULO TAVARES FURLAN

Presidente da Câmara

 


Registrada na Secretaria Legislativa da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, 15 de dezembro de 2023, 463° da Fundação da Cidade de Mogi das Cruzes.

 

 

PAULO SOARES

Secretário Geral Legislativo

 

 

(AUTORIA DO PROJETO: VEREADOR JULIANO MALAQUIAS BOTELHO)

 

 

Este texto não substitui o publicado e arquivado pela Câmara Municipal.

 

 

Anexo único da Lei nº 8.016/2023 - fl.01

 

BIOGRAFIA

 

Paulina Olga Sandim, nascida no dia 25 de janeiro de 1931, nesta cidade de Mogi das Cruzes, filha de Anacleto Pauletti e Maria Pauletti, casou-se com Jose Andrade Sandim Filho, em 19 de maio de 1949, aos 18 anos de idade, na mesma cidade onde residiu na Rua Tem. Marcondes dos Santos, nº 82 e em seguida, na Av. Vereador Narciso Vague Guimarães, nº 234. Viúva em 1977, aos 46 anos, a homenageada Olga, como era conhecida, criou seus 06 (seis) filhos: Neusa Maria, Maria Inês, José Álvaro, Pedro, Reinaldo e Antônio Sandim, tornando-se assim a matriarca da família, mesmo com dificuldades em sua profissão de costureira, fruto de sua dedicação e valorização da família e da fé cristã católica, que vivenciava de forma tão doce, verdadeira e honesta preenchendo-a de esperança e coragem. Frequentadora das Paróquias Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora do Socorro, era presença frequente junto com suas irmãs nas celebrações e nas quermesses ajudando mais especificamente na barraca do bingo, onde encontrava suas amigas de igreja, familiares e conhecidos. Por vezes, a família Sandim, a pedido da Dona Olga, também era envolvida nas celebrações com prendas, ofertas e até a ajuda presente nos dias de festas. Sua devoção fez com que a casa situada no bairro do Socorro, fosse ponto para encontro de líderes católicos, padres, seminaristas que firmavam com confiança "uma mulher que servia a Deus" e que assim também estava à disposição para a partilha em rezas, orações e alimentos sempre preparados com muito carinho e afeto; nestes momentos, as irmãs, também frequentadoras das paróquias estavam presentes.

 

A casa da Dona Olga sempre esteve com o portão aberto (literalmente) e a frente da casa, um banco construído de cimento, em que os moradores da rua dos fundos reuniam-se para conversar. Seus netos e netas, no total de 12 (doze), também vivenciaram muito o conversar e acolher e utilizavam desse momento para se constituir enquanto família. Nesta rua, a família Pauletti e Sandim se misturavam e se constituíam, pois na metade da rua residiam as irmãs que também acolhiam seus familiares e amigos.

 

O café doce, sempre posto na pia da cozinha era o primeiro encontro para que os conhecidos dela e também a família adentrassem a esse mundo de tamanha sabedoria e fé, presentes nos olhos verdes e nos braços acolhedores. Aconselhadora, Dona Olga sempre tinha palavras de afeto e de esperança para os filhos, filhas, netos e netas, expressos muitas vezes de forma a dar-lhes um chocalhão a respeito das nossas inseguranças com a vida, mostrando-lhes sempre que para Deus nada era impossível. Sua grande alegria era percebida na união da família em jantares e almoços realizados em sua casa, sempre regados com fartura e risos. Em seus aniversários, seus familiares sempre eram surpreendidos com a presença de convidados da igreja e dos conhecidos, pois ela não os avisava, o que (as vezes) causava um pequeno conflito por conta da qualidade dos alimentos preparados. A dona Olga gostava de juntar "gentes", sem discriminação social, étnica ou religiosa; recebia a todos de forma acolhedora e afetuosa e era a certeza de que haveria a segunda visita. A casa da Dona Olga e seu coração, se assemelham. Sendo essa a real referência: a sua devoção à vida e às pessoas estavam expressas em seu viver, por isso a servidão à família e a todos que a procuravam, sendo, inclusive, encarregada pelo 1º banho de incontáveis recém-nascidos da família e de vizinhos, que a requisitavam e, ela gentilmente atendia com muito amor.

 

De forma simples e humilde, foi responsável pela iniciação cristã de todos da família, estando presente nas celebrações de batismo, 1º comunhão, crisma, casamentos e outras datas importantes para a igreja católica e para a família como o Natal e a Páscoa; sendo que muitas vezes demonstrava incomodada quando os Integrantes da família não cumpriam com as obrigações da igreja, como não irem à missa ou quando eventuais práticas e atitudes os distanciava da fé cristã. Em sua presença, era intolerante as discussões entre os familiares, o que por veze obrigava-os a "fazer as pazes" em gratidão à instituição "Família".

 

Com o certificado de 4º ano do ensino fundamental II pela Escola Estadual Aprigio de Oliveira, Dona Olga era capaz de interpretar os desafios da vida com maestria, utilizava da competência matemática para sua vida financeira e os desafios em poupar o dinheiro e sua inteligência também era vista nas discussões políticas, nos fatos da atualidade e na resolução de situações cotidianas. A escola da vida lhe fez ser uma mulher digna em suas condutas, o que lhe proporcionou um papel de inspiração e referência para os integrantes da família e dos círculos sociais em que parte. Conhecida como uma mulher forte por estar à frente de uma família e sempre encorajar a todos a irem à luta pelos seus sonhos; era uma pessoa de fé, pois acreditada na imensidão de amor expressa por Deus, viveu seus 90 anos de forma honesta, humilde e alegre.

 

A "vó Olga" foi uma mulher além de seus tempos, respeitava as pessoas por serem imagens e semelhança de Cristo, e tudo o que a diversidade contemplava não estava em sua pauta de julgamento. Em seu último aniversário, em respeito ao isolamento social, seus familiares não puderam realizar uma festa, como ela sempre gostou, mas pediu aos integrantes que entregassem alimentos no lugar de presentes, para doação a asilos da região que frequentava e assim, foi organizada por todos, numa carreata de alimentos e donativos.

 

Em profunda tristeza, fez a sua Páscoa no dia 29 de março de 2021, acometida pela Covid-19, deixando lembranças profundas expressas em gratidão pela sua vida e pelo tempo de todos que puderam compartilhar de sua sabedoria, amor, devoção e fé. Dona Olga, realmente soube cumprir a sua missão e valorizar a vida.

 

A família mantém o que lhe causava a maior alegria: as reuniões familiares e, após o seu falecimento, demonstra essa gratidão e amor ao valor da família, da união e do respeito.

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